UM POUCO DE HISTÓRIA

Em 1592, o padre Cornélius Loos escreveu sobre a Inquisição: “A severidade da tortura obriga essas criaturas desgraçadas a confessar coisas que nunca haviam feito... Essa carnificina cruel presume que vidas inocentes sejam tomadas e, graças a uma nova alquimia, o ouro e a prata sejam cunhados a partir do sangue humano.”

 

Se analisarmos esse verdadeiro estado de terror organizado que foi a Inquisição, poderemos ver claramente que não foi diferente dos piores momentos da Revolução Francesa ou das atrocidades praticadas contra os judeus por ocasião da 2ª Grande Guerra.

 

Quem formalizou a perseguição a bruxaria foi o papa João Paulo XXII, em 1320. Em 1484 o papa Inocêncio VIII emitiu a bula “Summis Desiderantes” que autorizou os dois inquisidores Kramer e Sprenger a sistematizar a perseguição às bruxas. Em 1486 foi publicado o manual “Malleus Maleficarum”, com nada menos que 14 edições entre 1487 e 1520, além de 16 edições entre 1574 e 1669.

 

Algumas regiões foram tão exploradas e roubadas pelos inquisidores que o inquisidor Eymeric se queixou da seguinte forma: “Em nossos dias já não há hereges ricos. Isso é um inconveniente para uma instituição tão saudável como a nossa, algo que torna incerto o seu futuro.”

 

Durante nada menos que 300 anos, desde o século XV até o século XVIII foi práticada a denominada “caça às bruxas” e deixo como encerramento desse breve texto as palavras do historiador R. H. Robbins:

 

“A caça às bruxas foi o pesadelo mais espantoso, o crime mais asqueroso e a vergonha mais profunda da civilização ocidental”.